domingo, 27 de dezembro de 2009

Início-meio-fim - porque tudo é assim.

"Outras vezes, eu acho que Deus criou o mundo por não suportar as histórias em primeira pessoa". - Rita Apoena


Eu estive ali por muito tempo, achando o mundo distante.
Hoje com o mundo em minhas mãos retornei ao mesmo (en)canto, eis que a contradição do mundo estava em meu poder. Meu mundo imaginado-imaginário-imaculado-impiedoso-impetuoso.
Eu!
Eu estava ali e outras pessoas estavam também, mas apenas em meus olhos.
Meu sentido da realidade falhou por dois ou três dias, há de ter um mecânico na esquina do (en)canto com o (desen)canto para consertar o que foi estragado.
O ritmo ficou confuso, a valsa virou um samba descompassado, que a cada minuto toca num compasso que é como o de um coração surpreso por um susto.


 *Ouvindo: Qualquer coisa - Caetano Veloso
"Não se avexe não, baião de dois

Deixe de manha, deixe de manha
Pois, sem essa aranha, sem essa aranha, sem essa aranha
Nem a sanha arranha o carro
Nem o sarro arranha a Espanha
Meça tamanha, meça tamanha
Esse papo seu já tá de manhã"






"O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente". - Carlos Drummond de Andrade
 






domingo, 20 de dezembro de 2009

Estava pensando nas minhas escolhas, no meu passado, no meu presente, será que era realmente isso que eu deveria estar vivendo agora? Será esse o momento certo para (novas) grandes decisões?
Meu passado está riscado de grandes decisões, nada que influenciasse a vida dos outros(GRAÇAS A DEUS!), mas decisões que mudaram a minha vida por completo, seria o emprego certo, a casa certa, a graduação certa, o amor certo, a hora certa? Me sinto desprendida de tudo, sem tesão pra nada que vivo atualmente e não sei o que fazer. Não que o meu passado faça falta, não faz! Exceto minha antiga facul e meus amigos de lá, fora isso, nada além me dá saudade, nada mais me faz querer voltar atrás. Querer voltar atrás é triste, e eu não quero.

Mais uma vez o mesmo assunto me deixou triste.
Não posso me livrar de parte do meu passado, e não preciso que ninguém me julgue pelas ações que tive num passado distante, tão distante, que ás vezes me pergunto se aconteceu de verdade.
Preciso fazer com que as pessoas confiem em mim pelo que eu sou e não pelo que eu já fiz.

-Não acho as palavras!

"O amor te escapa entre os dedos
E o tempo escorre pelas mãos
O sol já vai se pôr no mar"

O que eu posso dizer sobre o que eu quero?

Eu quero tudo e nada!

domingo, 29 de novembro de 2009

A falsa impressão

Eu caí na contradição amor X liberdade!
 Essa falsa impressão inicial de que o amor liberta.
O amor muitas vezes prende, oprime, causa dependência extrema, e é isso que faz com que os relacionamentos se tornem monótonos, vazios de segurança e cheios de cotidiano. Para que existam dois, antes devem existir o 1 + 1, partes distintas que se completam, mas que jamais se fundem por completo, fazendo com que um dos dois se sinta nulo, menos importante para si mesmo ou colocando o outro acima de seu próprio bem estar.
É preciso estar atento, o amor faz bem pra qualquer um, em quantidades essenciais. Em demasia, como em qualquer outra situação de extremo, pode causar danos.

Estou amando, acho que em demasia!Talvez seja a hora de me atentar, talvez seja a hora de estacionar, olhar pra dentro e me cuidar.

A verdade é que o que eu sinto, jamais senti antes.
E tudo que é novo assusta, e tudo que é novo surpreende.

Amar é fundamental, mas antes a si mesmo!

sábado, 7 de novembro de 2009

MarisaMonteLuizaPossiJairOliveiraChicoBuarqueEdMotaPedroMariano...

Tem dias que acordamos com aquele nó na garganta, aquela vontade de chorar. Prendemos o choro, suspiramos fundo e prometemos a nós mesmos que mais tarde(depois de tudo em um dia cheio) cuidaremos dessas lágrimas num canto do quarto escuro.Chorar sozinho, pensar na vida, se xingar, xingar os outros, ouvir músicas de deprê, lavar o rosto e dormir mais "leve".
Eis o meu dia do choro, eis o meu momento pós tudo do dia cheio.
Ouço vozes lindas, letras lindas, mas não choro mais.
Não preciso lavar o rosto e nem vou dormir mais "leve".
Preciso mesmo é cumprir minhas promessas!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

O Estorvo[dapromessanãocumprida]


Abri os olhos as 6:55h e pensei nos motivos que me fariam levantar em 5 minutos e tomar um bom banho. Em 3 segundos encontrei um bom motivo, na verdade me lembrei de uma promessa - que mais tarde não seria cumprida por um probleminha ali, nada de muito grave - e corri para o banho, havia alguém no meu chuveiro, usando minha toalha.Ah, irmãos!Por que tê-los, mas se não tê-los como "batê-los"!Eram 7:07h, graças a Deus o relógio corria, queria logo que chegassem as 17:00h, mal sabia ainda que as 17:00h seriam como as 18:00h, 19:00h, 20:00h, mas nunca como as 20:45h.Após o banho, uma boa xícara de café e um pedaço de bolo de fubá, daqueles que só minha tia faz, uma delícia!As 8:00h precisava estar na auto-escola com minha digital registrada no computador, e assim o fiz. Mais promessas chegavam através de mensagens "subliminares" e eu estava animadamente feliz, a cada hora e a cada digital registrada (Como é deprimente tirar a carteira diante de inúteis exigências do CONTRAN, DETRAN ou seja lá o TRAN que for!)As 11:00h peguei o caminho da roça para o ponto de ônibus, estava feliz, em 5 horas e meia estaria encontrando o motivo que me fez querer sair da cama. Trabalho vai, trabalho vem, assim como as mensagens que teimam em aproximar a notícia de que a promessa de hoje, jamais seria cumprida. Eis que chega a mensagem, eis que me desaponto, já não quero mais ficar acordada, preciso dormir, dormir...A caminho da faculdade penso nos insuportáveis 38ºC do Rio de Janeiro, o ônibus lotado durante os 55 minutos de viagem, as pessoas suadas se esbarrando, se xingando, e eu?Fico sentada no meu cantinho, imaginando o que o cara da blusa manchada de suor iria preferir: descer do ônibus lotado e encarar os 38º graus na careca ou ficar ali suando os outros com seu suor.
Depois do início do fim da promessa, fico tudo fica mais feio, o calor se torna insuportável, os textos ficam mais complicados, as quatro contas que precisava pagar estavam gritando na mochila e meu cartão implorando para não entrar mais no caixa eletrônico. Me distraí na fila da casa lotérica insuportavelmente quente, paguei duas contas e resolvi assistir uma aula que não frequento há duas semanas. A professora que insistia em dizer que "Barata quando toma um peteleco e não voa, ou é adolescente ou morreu", eu insistia em pedir a Deus, que chegasse 21:50h o mais rápido possível e ela insistia na explicação sobre a morfologia de baratas, mariposas, grilos, libélulas e blábláblá!As 20:30h fui liberada da aula sobre bichos asquerosos!Deus ouviu as minhas preces!
Compro minha pipoca gordurosa e cheia de bacon na porta e desço o viaduto mais tranqüila, o dia estava no fim.Vejo uma barraquinha de livros usados e resolvo olhar, encontrei!!!!Um livro arrumadinho do Chico!Capa dura e edição especial de 1991, com venda permitida apenas para membros do Círculo do Livro.
Não era só um livro, era O Estorvo, um livro que queria ler faz tempo e nunca consegui, vez ou outra porque não encontrava com boa edição para comprar, ou por preguiça de ler com tempo determinado porque havia arrumado emprestado de amigos. O homem me pediu R$10,00, tirei 3 notas de R$2,00 da carteira e foi o suficiente pra mudar o meu humor.

Posso enfim, dormir em paz!
Não dormirei com a tranquilidade dos anjos, pois minuto a minuto estremeço com uma voz que diz baixinho: Te amo muito, muito, muito, muito! Mais uma mensagem, não mais subliminar.

E quer saber, quero que os anjos se explodam com toda tranquilidade.

sábado, 31 de outubro de 2009

Por que SUMIDO ou CONSUMIDO?


[Intermezzo - Mário Quintana]
Nem tudo pode estar sumido
ou consumido…
Deve - forçosamente - a qualquer instante
formar-se, pobre amigo, uma bolha de tempo nessa Eternidade…
e onde- o mesmo barman no mesmo balcão,
por trás a esplêndida biblioteca de garrafas,
fonte de nossa colorida erudição -
haveremos de continuar aquela nossa velha discussão
sobre tudo e nada
até
que, fartos de tudo e nada,
desta e da outra vida,
a rir como uns perdidos,
a chorar como uns danados,
beberemos os dois nos crânios um do outro…
até o teto desabar!
(Perdão! até a bolha rebentar…)